Luta




Foi esperado 500 anos para surgir um nordestino que abrissem as portas para um pobre trabalhador do campo ou da cidade que tivesse o direito a alimentação na mesa, a uma casa, a uma geladeira, a uma tv, um carro, uma moto, viajar de avião, sentar no restaurante, ter um lazer familiar, ir ao cinema, frequentar uma escola, chegar a uma universidade, parece bobagem mais para muitos durante séculos foi  apenas um sonho.

Avaliar que a decisão judicial sobre Lula é apenas para freiar a corrupção é não conhecer as transformações ocorrida na vida da classe trabalhadora que sempre foi excluída da sociedade brasileira. Excluída de bens e direitos, a classe pobre ficava reservada a exploração da mão de obra barata, continuidade da escravidão.

A transformação da vida social da classe trabalhadora abalou a burguesia e os poderes, e a resposta não demorou veio muito rápido pois o homem que estendeu a mão e deu voz ao povo acenando com direitos terá a cadeia como herança e o ódio da burguesia e dos seus vassalos.

Comemorar a prisão de Lula é comemorar a volta da senzala é o crescimento da casa grande, é o fortalecimento da burguesia, é ver o chicote de volta nas costas dos trabalhadores que muitas vezes apenas teve direito ao prato de comida pelo trabalho realizado o dia inteiro e a esse tipo de trabalho chama-se escravidão, não por querer mais por razão.

Esperar o que, quando vejo uma máquina compensoura, distruindo direitos, acabando com a democracia, com os sonhos de uma geração, matando a juventude negra , sufocando as vozes que ainda temos.

Portanto o que estamos vivendo e uma luta de classe que cada momento fica mais clara, e é preciso refletir o que é classe, a que classe pertenço, de onde vim, onde estou, e para onde vou?
Se depois de refletir a que classe pertence  continuar falando que é problema de Lula, e do PT, é porque vc não aceita a classe que pertence e quer continuar sendo escravo com direito a entrar e sair da casa grande sem nenhum impedimento.

Fotografia : Francisco Proner Ramos

Sandra Morais 
Graduada em História, professora de rede pública  Municipal de Santo Amaro das   Brotas/ SE e Membro do Grupo de Pesquisa em Educação Cultura e Subjetividade- GPECS/CNPQ/UFS/SE e diretora do Departamento de Bases Municipais do Sintese.


 

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