Cúmplice do Opressor
Imagem Encontrada na Internet |
Ouvir em pleno século XXI e ver no auge uma música intitulada como "Só Surubinha de Leve", que incentiva a violência contra as mulheres, a letra claramente diz que embebeda, estupra e abandona na rua uma mulher.
O que pensa uma sociedade que ouve e incentiva a cultura do estupro? A quem serve essa música? O que essa música representa para a sociedade e em especial para as mulheres? O que está por trás da letra dessa música?
Naturalizar o estupro de mulheres em uma sociedade machista, que de forma truculenta tem violentado as mulheres de todas as formas, no mínimo é naturalizar a criminalidade do estupro.
No Brasil em 2017 foram registrados 12 assassinatos e 135 estupros de mulheres por dia, isto é, 4. 389 assassinatos e 49.275 estupros no ano, segundo dados do Fórum Brasileiro de segurança pública.
Enquanto a sociedade permitir o avanço da cultura do estupro e a violência contra as mulheres, não avança a estagnação das agressões contra as mulheres, enquanto isso, fortalece os opressores, e muitas vezes até escondendo o praticante, o estuprador, e expondo as oprimidas, as estupradas, as violentadas, as humilhadas.
A agressividade da letra dessa música contra as mulheres incentiva o estupro e defende a ideologia do dominante, do opressor, é a escravização da mulher perante o homem. É de uma truculência absurda, que coloca a figura feminina como objeto de uso e prazer masculino, que deve ser abusada de qualquer forma para o uso do prazer individual do homem, devendo alcoolizá-la, em seguida estuprá-la e jogá-la na rua. E assim, naturaliza a criminalidade do estupro.
Quando a letra da música coloca que estupra a mulher e abandona na rua, nas entrelinhas é dito que não precisa da atenção, não precisa ouvir, não precisa criminalizar por que é normal estuprar, violentar, humilhar, escravizar. Essa é uma defesa da cultura machista dos opressores, dos dominantes, dos coronéis, não dar importância ao fato do estupro e da violência praticada contra as mulheres.
Muito bom! Adorei o texto!
ResponderExcluir